Brigadas de Recolha de Dadores de Medula Óssea

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Dia +230

Amanhã mais uma consulta.
Estou prepcupada porque o João hoje esteve com tosse o dia todo. Não está constipado mas tem uma tossezita. Vamos ver como estarão as análises amanhã.
O João tem assistido às aulas durante a manhã, está muito entusiasmado por poder participar e ver os colegas e os professores que não conhecia.
Os professores têm sido fantasticos e aceitaram muito bem todo o processo da tele-aula e têm o cuidado de perguntar se ele ouve bem, se os vê, se percebe o que dizem. Os colegas aceitaram bem e mantêm-se calados, dentro do possível, para que o João possa ouvir.
Agora só faltava ele poder ir brincar sem restições, mas devagar se vai ao longe, e esperemos que esta longa e penosa caminhada esteja perto do fim.
Com isto temos ído ao IPO à tarde para o João fazer os trabalhos e tirar dúvidas com as professoras.
Por um lado é sempre bom voltar à pediatria, ali sentimo-nos em casa, infelizmente, todos ficam sempre muitp contentes por verem o João e os seus imensos caracois. Por outro custa-me voltar a um lugar que nos tráz tão más recordações e ainda por cima ver a pediatria cheia de caras novas.
Na 3ª feira encontrei uma mãe, cujo filho já faleceu, e comentava com ela que se isso acontecesse ao João eu nunca mais lá voltava. Ela dizia que ali sentia-se bem e em casa.
Depois vim a pensar nisso e lembrei-me perfeitamente de que quando o João adoeceu, nem ouvir música eu conseguia. Tudo parecia tão distante e sem sentido.
Hoje farto-me de cantar no carro com o João, de rir. Passamos muito tempo sem rir. De sentir que aos poucos a vida começa novamente a fazer sentido e sou capaz de fazer coisas que já não fazia há muito tempo. Só ainda não consigo ler. Ainda me falta concentração para isso.
O João começa a, retomar velhos hábitos, ontem chegou muito contente a casa porque o treinador acha que ele está melhor. Aos poucos a vida começa a fazer sentido outra vez.
Só espero é que esta maldita doença não volte a aparecer. Nunca mais!

1 comentário:

Margaça disse...

O medo da normalidade...sem bem o que isso é, parece que temos medo de baixar a guarda e algo de mau acontecer novamente.


Mas vai melhorando! E agora os dias serão sempre valiosos, sempre cheios de memórias!

Beijinhos,

Alice