Brigadas de Recolha de Dadores de Medula Óssea

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Dia +76

Análises e consulta. O costume..
Os valores desceram, quer dizer, os neutrófilos desceram. Estava com 1300 e tal.
A Drª mandou fazer G (factor de crescimento) e amanhã faz hemograma.
Da bactéria não há novidades, só 5ª feira, fins-de-semana prolongados e laboratóios fechados dá nisto, mas como se mantém apirético ainda não é de preocupar. Diz a médica.
Hoje voltou a haver "discurso". A médica dele voltou de férias e quando ele se pesou ela passou-se. 71.200kg.
Vai a uma consulta com a nutricionista.
Claro que chegou a casa cheio de fome, bebeu um iogurte mas passados 10 minutos já se estava a queixar. Disse-lhe para agarrar numa garrafa de água de litro e meio e ir bebendo que enche o estômago. Não voltou a queixar-se. Ainda.
A Drª disse-lhe para comer com uma colher de chá. Achou imensa piada.
Hoje diz que come sopa ao jantar. Sempre quero ver.
Comprei montes de fruta e cereais, coisas que não entram naquela boca com facilidade.
Além de que estar fechado em casa sentado no sofá não ajuda à perda de peso, mas se sair de casa pode apanhar uma porcaria qualquer bem mais perigosa.
Enfim.. isto é um passo para a frente e dois para trás.

3 comentários:

Lúcia disse...

Muita força querida Sandra, o pior já passou, agora é preciso é paciência pois a convalescença também não é pera doce - mas o João está a salvo e isso é que interessa!

Sandra Oliveira disse...

Sasha, infelizmente o João não está a salvo.
Contrariamente ao que se pensa, o transplante não é garantia de cura. A doença pode voltar a aparecer, pode haver rejeição da medula, uma falência medular, infecções, etc, etc..
O risco ainda é muito alto, a cura ainda está muito longe.
Havemos de lá chegar.
Beijinhos

Margaça disse...

Como diz o médico do Martim " o transplante não é uma cura, é outra doença crónica, mas é a única coisa que podemos fazer por ele. É anti-natura, mas ainda bem que temos esta hipótese."

Ninguém está preparado para o pós- transplante, para todos os novos medos que vêm com ele. O medo está sempre connosco mas aprendemos a viver com ele,aprendemos a viver com o que temos. E o que é que temos? Temos os nossos filhos connosco. Hoje, e se tudo correr bem, amanhã também.

Tudo isto só para te dizer que apesar de irmos sempre sentir-nos assim, aprendemos a viver. Não percas a esperança.

Eu sei que nunca mais vou ser feliz, tu também sabes que não vais, mas hoje, os meus momentos de felicidade são tão mais intensos e preciosos, aprecio-os de uma forma como nunca o fiz, e isso ajuda-me.

Poderes olhar todos os dias para o teu flho, tocar-lhe, senti-lo, ver as suas traquinices, vê-lo tornar-se uma boa pessoa, é maravilhoso. Ainda mais porque sabemos que poderíamos não ter nada disso.

Por isso força! É mais uma batalha que juntos vão ultrapassar.

Alice